GAROTA, INTERROMPIDA: UM CASO CLÍNICO RETRATADO NO CINEMA

Maria Iliana Gonçalves dos Santos, Kyara Natalia Carballo Vieira de Souza

Resumo


Obras cinematográficas estão sendo cada vez mais utilizadas para fins de observação, interpretação e formulação de hipóteses nos cursos de psicologia. O presente trabalho foi realizado para a disciplina de Estágio Básico em Psicopatologia do curso de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil no primeiro semestre de 2020. O objetivo deste trabalho é a observação de um caso cinematográfico para fins de hipótese diagnóstica. O filme Garota, Interrompida é baseado no livro autobiográfico de mesmo nome e nos mostra as vivências de Susanna Kaysen, uma jovem adulta com comportamentos problemáticos perante a família e a sociedade. Trazemos a análise do funcionamento da personagem, que após uma tentativa de suicídio é internada no hospital psiquiátrico de Claymoore, onde é diagnosticada com o Transtorno de Personalidade Borderline. O diagnóstico borderline passou a ser utilizado a partir dos anos 1930 para caracterizar pacientes com problemas que pareciam se situar entre a neurose e a psicose, sendo um estado fronteiriço entre a loucura e a sanidade. Atualmente, a organização borderline é descrita como personalidade imatura, caracterizada por difusão de identidade e uso de defesas primitivas como cisão e identificação projetiva. O método de análise utilizado foi a observação sistemática, onde além de assistir o filme em torno de quatro vezes, foi necessário reassistir cenas importantes para o desfecho do caso. A produção analisada favorece reflexões e aprendizados acerca da psicopatologia, de modo que a hipótese defendida pelas acadêmicas vai de acordo com a apresentada no filme, apesar do pouco conteúdo sobre a infância da personagem.

Palavras-chave: cinema e psicologia, personalidade borderline, estágio em psicopatologia.


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