RE(DESCOBRIR) A LIBERDADE: DOIS PACIENTES PSIQUIÁTRICOS NO PROCESSO DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO EM CACHOEIRA DO SUL

Resumo

INTRODUÇÃO: A desisntitucionalização consiste na reinserção social de pessoas que ficaram anos privadas de liberdade, morando em diferentes instituições. Este processo possui o propósito de alcançar a autonomia dos indivíduos respeitando limitações e estimulando potencialidades visando o convívio na comunidade e em família. Possui como dispositivo central o Serviço Residencial Terapêutico (SRT) e o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). DISCUSSÃO: Este é um relato de experiência do estágio em Psicologia e Processos de Prevenção e Promoção da Saúde. Consiste na contribuição das estagiárias no processo de desinstitucionalização, conforme a Lei da Reforma Psiquiátrica preconizada em 2001. A atividade foi realizada com dois ex-moradores de instituição de longa permanência para idosos (ILPI) que em 2016, após a intervenção do Ministério Público (MP) e da Prefeitura de Cachoeira do Sul, foram encaminhados ao SRT.  Durante o período de moradia no SRT foi possível o resgate da autonomia e reinserção social de ambos até o momento da completa liberdade, conquistando suas próprias residências. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir desta ação evidenciou-se a incapacidade familiar, social  e ainda a limitação da rede de saúde mental municipal e estadual no manejo de transtornos psiquiátricos. Fez-se importante o trabalho conjunto entre técnicos e fiscalização do MP frente as ILPI que atualmente reforçam a lógica excludente onde a internação de pessoas com transtorno mental com menos de 60 anos possui fins lucrativo. A visibilidade destes casos são fundamentais para a efetivação do processo de desisntitucionalização e ainda a desmistificação social do transtorno mental como incapacitante e perigoso.