A VOZ DA POPULAÇÃO TRANSEXUAL SOBRE O ACESSO E O ACOLHIMENTO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

Resumo

INTRODUÇÃO: Os indivíduos transexuais tornam-se mais vulneráveis a doenças e agravos devido à falta de ações voltadas para promoção e prevenção da saúde de suas demandas. OBJETIVO: Conhecer como ocorre o acesso e o acolhimento da população transexual nos serviços de saúde. METODOLOGIA: Estudo de campo, descritivo exploratório, com abordagem qualitativa. Participaram 6 transexuais. O instrumento de coleta de dados foi à entrevista semi-estruturada e análise realizada pela proposta operativa. Aprovado no CEP da ULBRA/Canoas sobre parecer 2.876.495. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O acesso e o acolhimento são permeados por barreiras que dificultam a aproximação aos serviços. A violação de direitos, principalmente, associado ao uso do nome social é um fator de distanciamento, todavia quando este é valorizado o indivíduo considera-se bem atendido. A “exotificação” ao freqüentar o serviço, pela comunicação verbal e não verbal e da curiosidade, dificulta o acesso e fragiliza o acolhimento. Ainda, a falta de capacitação e de orientações para prevenção de IST, hormonioterapia, interações medicamentosas e cuidados são expressas como fragilidades. A aproximação no serviço ocorre quando os direitos são respeitados, por meio de um acolhimento digno e sem discriminação. A escolaridade influencia no acesso, e na reivindicação pelos direitos. A inserção na comunidade corrobora para qualificação do atendimento. O apoio e envolvimento familiar também são reforçados como essenciais. Os profissionais de saúde necessitam superar as barreiras físicas das unidades. CONCLUSÃO: Há necessidade de qualificação profissional, alicerçado nas necessidades dos usuários e a importância da sensibilização de gestores e profissionais de saúde.