MULHERES NO CORRE: A POTÊNCIA VIVENCIADA EM REDE CONSTRUÍDA NO ENCONTRO

Raissa da Rocha Teixeira, Mariana Pfitscher Almeida

Resumo


Este relato foi construído a partir da experiência vivenciada em um grupo exclusivo de mulheres organizado no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPSad) Cia do Recomeço no ano de 2022, após relatos advindos da equipe da unidade sobre a não-adesão de mulheres ao serviço e, consequentemente, ao tratamento. A proposta inicial surgiu em referência ao grupo de geração de renda já existente e consolidado dentro do CAPS, o “Corre Dazarte”, que consiste em usuários do serviço organizados em uma oficina de serigrafia, em que são confeccionados produtos para venda em feiras locais. Conforme o andamento desses encontros, as mediadoras e colaboradoras do grupo identificaram que a vinda de mulheres ao CAPS gera também um espaço em que elas se sentem confortáveis para abordarem questões relacionadas a outras vivências, como experiências de violência ou negligência. Além disso, junto a elas vinham outras pessoas, como seus filhos, dada a falta de uma rede de apoio que auxilie no cuidado com as crianças.Criou-se então, a partir dos encontros, um espaço seguro, sem julgamentos morais, de escuta e acolhimento, onde essas mulheres puderam então se despir do que lhes era dito fora daquele espaço, permitindo com que se abrissem, escutassem umas às outras, possibilitando assim a criação de laços e redes de apoio. Dessa maneira, fica clara a importância de unir pessoas com vivências semelhantes para a criação de grupos de acolhimento, uma vez que o compartilhamento dessas experiências em comum é peça chave para que as relações de confiança e conforto se estabeleçam.


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