PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO NO DIABETES: Alterações nos mecanismos regulatórios.

Alex Hunter Castro, Guilherme Scotta Hentschke

Resumo


Introdução: Diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia resultante de defeitos na secreção e/ou ação da insulina. No ano de 2013 no Brasil, dados apontaram para estimativa de mais de 11 milhões de pessoas portadoras da síndrome. Estes dados tendem a aumentar anualmente em virtude da maior possibilidade de se viver com DM, ao envelhecimento da população, alterações no padrão alimentar e estilo de vida. Esses fatores representam um quadro de problema de saúde pública, acarretando dificuldades para o sistema de saúde, redução da qualidade de vida para portadores e elevados custos no tratamento. Para a prevenção e diminuição da incidência de comorbidades, como a não cicatrização de feridas e amputações, o conhecimento dos mecanismos patológicos da doença por profissionais da saúde é essencial. Objetivo: Realizar uma revisão bibiográfica sobre os principais fatores que dificultam o processo de cicatrização de feridas cutâneas em portadores de Diabetes Mellitus. Metodologia: O Estudo trata-se de uma revisão narrativa realizada nas Bibliotecas de pesquisa virtual SciELO – Scientific Eletronic Library Online e Google Acadêmico no período de junho de 2017. Resultados e discussão: O endotélio tem papel fundamental na manutenção da homeostase da vasculatura, além de possuir importante função na liberação de sinalizadores de inflamação, inibição da agregação plaquetária e a proliferação de células. No diabetes mellitus, pode ocorrer precocemente a disfunção endotelial, a diminuição da disponibilidade do óxido nítrico (eNOS) e a produção de radicais livres, como o superóxido e uma maior vasoconstrição. Em diabéticos, a função microvascular é alterada devido tanto à disfunção estrutural e funcional dos vasos causada pelas lesões ao endotélio, como devido a alterações dos mecanismos regulatórios. Ocorre o espessamento da membrana basal, que prejudica a migração de leucócitos e a resposta de hiperemia pós-lesão, aumentando a suscetibilidade à infecção. A neuropatia diabética (perda da sensibilidade em membros) é um fator essencial na formação de úlcera no pé diabético, incluindo outros componentes que dificultam o processo de cicatrização. Conclusão: A cicatrização no portador de DM é altamente prejudicada devido a patogênese da doença que leva aos fatores citados acima. A importância da avaliação da circulação, controle da glicemia são fatores que vem sido discutidos como principais adjuvantes da não cicatrização, levando a futuros desbridamentos de tecidos e amputações de membros inferiores. Todos os estudos destacam a importância da atividade física regular e o controle da alimentação, já que na maioria dos casos de DM tipo II estão ligados ao estilo de vida e hábitos prejudiciais e agravantes como tabagismo, obesidade e sedentarismo. A captação precoce dos pacientes pelo sistema de saúde seria um meio profilático muito eficaz para tratamento e prevenção de possíveis complicações tardias da doença. 


Apontamentos

  • Não há apontamentos.