HEMORRAGIA PERI-INTRAVENTRICULAR EM RECÉM NASCIDO PRÉ-TERMO

Josiane Aparecida Moreira Betat, JÉSSICA VIEIRA ALVES, Camila Barreto

Resumo


Introdução: A hemorragia Peri-intraventricular (HPIV) é um problema que pode afetar recém-nascidos prematuros e exige atenção dos profissionais de saúde frente à frequência, à gravidade e ao prognóstico. Os casos de hemorragia são mais frequentes em casos de prematuridade inferior a 32 semanas. A fisiopatologia da HPIV está intimamente ligada a matriz germinativa, que é considerada o principal local de origem do processo hemorrágico. Esse tecido é ricamente vascularizado e seus vasos são de finas paredes, estando sujeitos à lesão por alterações no fluxo sanguíneo cerebral. A distribuição da HPIV segundo as faixas de peso mostrou uma taxa de incidência mais elevada nos recém-nascidos com peso de nascimento menor que 750 g (32,6%) e mais baixa (11,6%) naqueles com peso de nascimento entre 1.251 e 1.499 g. Objetivo: aprofundar conhecimento científico sobre a hemorragia Peri-intraventricular em recém-nascidos e suas principais características. Metodologia: revisão da literatura por meio de livros da área e artigos científicos que contemplassem a temática, disponibilizados no Scielo no período de Junho de 2017. Resultados: Os fatores de risco associados ao desenvolvimento da HPIV são a prematuridade, o baixo peso ao nascer, a falta de administração no pré-natal de corticoides, a necessidade de ventilação mecânica, o cateterismo umbilical, altos números de aspiração endotraqueal, entre outros. Percebe-se que a evolução dos cuidados em neonatologia com alta densidade tecnológica possibilita uma maior sobrevida do recém-nascido, por outro lado contribuem para o aparecimento de iatrogênias no processo de crescimento e desenvolvimento. A intervenção mais importante para a profilaxia da HPIV consiste na prevenção da prematuridade, envolvendo os cuidados pré-natais e perinatais, a fim de reduzir as taxas de nascimentos prematuros e proporcionar sobrevida com qualidade. Torna-se fundamental a identificação de gestantes de alto risco e o atendimento destas pacientes por uma equipe multidisciplinar que promova ações combinadas de educação e saúde, bem como identificação precoce dos sinais de parto prematuro no pré-natal. O decréscimo na incidência da hemorragia pode ser atribuído a uma melhoria no cuidado global do recém-nascido em unidades de terapia intensiva, tais como o tratamento com surfactante e corticoides, modernização dos equipamentos de ventilação mecânica e redução da manipulação do recém-nascido. Conclusão: Diante disso, sabe-se que o nascimento pré-termo acarreta consequências significativas na vida do recém-nascido, uma vez que pode resultar em danos isquêmicos e lesões cerebrais. O enfermeiro juntamente com sua equipe multiprofissional deve obter conhecimento sobre a patologia, as possíveis complicações, e as possibilidades de intervenção de forma preventiva a fim de evitar o aumento da incidência e consequentemente a redução de suas sequelas. Por este motivo, torna-se necessário a implementação de práticas que visam minimizar os riscos dos recém-nascidos desenvolverem a doença, nos diferentes níveis de atenção à saúde. Sendo essencial o cuidado individualizado e integral, com um acompanhamento qualificado durante o ciclo gravídico puerperal e nos cuidados imediatos ao recém-nascido, bem como o seu desenvolvimento nos primeiros anos de vida. Ainda, destaca-se a necessidade de educação permanente com a equipe multiprofissional na busca de efetivação de cuidados profiláticos para manejo da HPIV.


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