SÍFILIS NA GESTAÇÃO E SÍFILIS CONGÊNITA: OS DESAFIOS PARA SAÚDE PÚBLICA

Rosemeri Pereira Bordignon, Karina Cardoso, Camila Nunes Barreto

Resumo


Introdução: A sífilis é uma Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) de elevada incidência, o que acarreta preocupação e exige novas práticas dos profissionais de saúde. Estas infecções são silenciosas e possuem grandes dimensões quando não tratadas. A principal forma de transmissão é por meio da relação sexual desprotegida, também destaca-se o  compartilhamento de seringas e/ou objetos perfuro cortantes contaminados e a transmissão vertical. Neste contexto, a Sífilis, causada pela bactéria Treponema Pallidum, é um dos principais desafios para saúde pública, embora tenha tratamento e a cura desta infecção, os números de pessoas infectadas permanecem elevados, bem como a transmissão vertical, resultante da sífilis congênita.  Objetivo: descrever os achados na literatura científica sobre sífilis na gestação e sífilis congênita, e realizar a interface com os dados epidemiológicos do município de Cachoeira do Sul. Metodologia: trata-se de uma revisão da literatura, realizada em sistemas de informação em saúde públicos (boletins epidemiológicos, BI Saúde - ferramenta disponibilizada pelo estado), como também em documentos do Ministério da Saúde (MS) e artigos científicos sobre o tema, em Junho de 2017. Resultados: Mediante a análise dos dados salientamos a grande incidência de sífilis em gestantes, com base nas notificações no período de 2012 a Junho 2016, foram notificados 60 casos, destes 65% foram detectados no terceiro trimestre gestacional em Cachoeira do Sul. O perfil das gestantes contaminadas são mulheres brancas com idade entre 20 e 39 anos, com baixa escolaridade, na fase primária da doença. Quanto às sífilis congênita também o índice notificado é alarmante, foram notificados 47 casos no mesmo período sendo 100% diagnosticados em crianças com menos de sete dias de vida (sífilis congênita recente). Outro dado relevante é que a grande maioria dos casos foram descobertos durante o  pré natal ou no momento do parto. O principais fatores que culminaram na transmissão vertical está no tratamento inadequado das gestantes e na falta de tratamento do parceiro. Conclusão: Ressalta-se a importância da ampliação do acesso ao diagnóstico da gestante e parceiros. Sem dúvida, é essencial facilitar o acesso ao tratamento e a realização de busca ativa, quando necessário. A prevenção, por sua vez, continua sendo a melhor estratégia, por meio da disponibilização do teste rápido, as ações intersetoriais, como a aproximação da saúde, assistência social e educação. Ainda, a  divulgação para sociedade civil e sensibilização quanto à importância do uso dos insumos de prevenção. Os profissionais da área de saúde, na sua práxis,  precisam reforçar as  ações de diagnóstico precoce, prevenção e promoção à saúde, com prioridade para as  ações de educação em saúde. O desafio para saúde pública para redução destes indicadores reforça a necessidade de qualificação do processo de trabalho das equipes de saúde para captação precoce dos usuários para o tratamento, bem como estimular uma cultura de prevenção na comunidade em geral.


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