VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA INSTITUCIONAL SOB O PONTO DE VISTA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Resumo
Introdução: O período gravídico é um acontecimento inerente ao ciclo vital feminino, sendo considerado um processo fisiológico em que a mulher deve ser protagonista durante todos os momentos. No entanto, considerando que algumas gestantes, por fatores socioculturais e de instrução não possuem conhecimento sobre as melhores práticas de assistência, estas são vitimas muitas vezes de violência obstétrica institucional, uma vez que esta é praticada pelos profissionais de saúde e consentida por mulheres em trabalho de parto, muitas vezes por temerem a vida do bebê e pelo mau atendimento, atentando assim muitas vezes contra dignidade, integridade e liberdade da mulher, afetando-a física, moral e emocionalmente. Objetivo: Identificar, a partir de uma revisão bibliográfica, as principais violências obstétricas institucionais que acometam as gestantes. Metodologia: Consistiu-se de pesquisas na literatura; em sistema de busca na internet como a Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) dentro deste os artigos mais utilizados foram do LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informações em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online) com trabalhos publicados no período de 2014 a 2017. Foram definidas as seguintes palavras-chaves: violência contra a mulher, obstetrícia, parto humanizado. Resultados: Nesse contexto, a violência cometida contra as mulheres em serviços de saúde é dividida em quatro tipos: negligência, violência verbal, violência física e violência sexual. A negligência trata-se da omissão dos profissionais para com as parturientes. A violência verbal refere-se a tratamento com ameaças, gritos, repreensão, humilhação e abuso verbal, muitas vezes com caráter discriminatório quanto a classe social e cor da pele. A violência física é identificada como agressões, procedimentos violentos e/ou desnecessários e, até mesmo não utilização da analgesia quando indicado. Já a violência sexual é a menos praticada, sendo caracterizada por estupro ou abuso sexual. Percebeu-se também que o momento em que mais ocorre estas violências é na assistência ao parto, na sala de pré-parto e parto no centro obstétrico. Os relatos encontrados nos artigos mostram que muitas vezes esta violência ocorre mesmo antes de estar em uma unidade hospitalar, como por exemplo, na negligência pelos serviços de saúde durante o pré-natal e também por não conhecerem seus direitos. Considerações finais: Visto a magnitude da problemática do tema violência obstétrica institucional, é dever da Enfermagem incorporar nas suas práticas de cuidado às mulheres, ações de enfrentamento e de prevenção dos agravos nas situações de violência. No Parto Humanizado o papel dos profissionais de enfermagem é relevante, assistindo as mulheres e o recém-nascido em todos os momentos. Por isso as premissas do Parto Humanizado devem ser respeitadas, como forma de ressaltar a presença do profissional de enfermagem, realizando suas atividades com embasamento científico e prestando assistência de enfermagem de qualidade, ou seja, segura e livre de riscos e danos.
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