RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROJETO DE EXTENSÃO “VIVA MELHOR COM SAÚDE” NO SISTEMA PRISIONAL DE CACHOEIRA DO SUL

Kélly Emilli Becker, Flávia Castagnino Molina, Laísa Xavier Schuh

Resumo


Introdução: O ambiente penitenciário oferece alta vulnerabilidade, pois a diversidade dos indivíduos confinados propicia maior exposição a riscos físicos, psicológicos e transmissão de doenças infecciosas que tanto podem ser trazidas para a prisão como adquiridas dentro dela. Populações carcerárias, em todo o mundo, tendem a necessitar de mais assistência à saúde do que o contingente populacional como um todo. Diante disto, o Governo Federal criou uma Portaria Interministerial nº1 em janeiro de 2014, instituindo a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), garantindo o acesso dos presidiários ao cuidado integral no Sistema Único de Saúde (SUS),  prevendo que os serviços de saúde carcerário passem a ser relevantes na Rede de Atenção à Saúde (RAS), qualificando a Atenção Básica no âmbito penitenciário como porta de entrada do processo e ordenando ações e serviços de saúde. Objetivo: Relatar as experiências vivenciadas pelos acadêmicos de Enfermagem atuantes em um projeto de extensão destinado aos detentos do Presídio Estadual de Cachoeira do Sul/RS. Metodologia: O Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) Cachoeira do Sul/RS possui diversos projetos extensionistas, entre eles o projeto intitulado “Viva melhor com saúde”. Esse projeto é realizado por docentes e discentes da universidade em parceria com docentes do Núcleo Estadual de Educação Cultura Popular Julieta Villamil Balestro (NEEJACP) e o apoio da atual gestão do Presídio Estadual de Cachoeira do Sul/RS. Possui como objetivo primordial a promoção e prevenção em saúde de pessoas privadas de liberdade no sistema penitenciário do mesmo município, aplicado aos adultos e que frequentam a escola na modalidade NEEJA Prisional, localizado nas dependências do presídio. O projeto foi construído e aplicado por meio de três momentos: levantamento de dados e problemas acometidos no sistema prisional com os discentes do sistema, através de uma roda de conversa; exposição para a direção do presídio e as intenções de trabalho; e, por fim, visita para reconhecimento das estruturas e condições sociais do ambiente carcerário. Resultados: O projeto foi planejado com base na educação em saúde, e para sua execução foram utilizados cartazes, panfletos educativos, slides, imagens, dentre outros recursos metodológicos. Foi realizada a oficina através de uma linguagem clara e precisa, permitindo que os apenados se identificassem com a realidade retratada e interagissem de forma a sanar dúvidas sobre causas, formas de transmissão, prevenção, diagnóstico e tratamento das diversas patologias abordadas. Nas duas palestras já realizadas foi demonstrado por meio de slides os seguintes assuntos: Tuberculose, Leptospirose, Hepatites, Sífilis, Vírus da Imunodeficiência Humana, Vírus do Papiloma Humano, identificando sinais e sintomas, sanando diversas dúvidas e após, distribuição de panfletos informativos e preservativos. Conclusão: A realização desse projeto vem proporcionando a todos acadêmicos envolvidos uma aproximação com a realidade dos aprisionados. Vínculos são estabelecidos através do rompimento de mitos, desprendendo de preconceitos e colocando em prática os saberes adquiridos em sala de aula, além de contribuir diretamente à educação em saúde enfrentando variadas vulnerabilidades da comunidade carcerária.

Palavras-chave: Promoção da Saúde; Enfermagem; Prisões; Educação em Saúde.


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