IMPLICAÇÕES NEONATAIS RELACIONADAS AO STREPTOCOCCUS DO GRUPO B
Resumo
Introdução: O Streptococcus agalactiae ou Streptococcusdo grupo B (GBS)é diplococo gram-positivo, que possui como reservatório o trato gastrointestinal e geniturinário humano. Durante muitos anos era de relevância para a área da medicina veterinária, já que estava relacionado com a mastite bovina. Mas em 1938, o microorganismo foi considerado um patógeno humano, relacionado a três casos de sepse neonatal. As doenças perinatais pela transmissão vertical, ainda são consideradas um problema mundial e acometem de 15-40% em países desenvolvidos e de 4-20% nos países em desenvolvimento. Objetivo: identificar a partir de uma revisão integrativa a relação entre o GBS e possíveis doenças perinatais, através da contaminação vertical. Metodologia: Consistiu-se de pesquisas na literatura; busca eletrônica em banco de dados Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) dentro deste os artigos mais utilizados foram do LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informações em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online),PUBMED, com trabalhos publicados no período de 2011 a 2016. Foram definidas as seguintes palavras chaves: Assistência perinatal, Streptococcus agalactiae, sepse neonatal. Resultados:de acordo com as literaturas revisadas, um estudo realizado com mulheres na Itáliaanalisou esfregaços vaginal e anal em 81,2% das mulheres e encontrou 16,3%. No Brasil, a maioria das gestantes não realiza o exame de cultura com swab da região vaginal-retal,para detecção do GBS, ainda não há investimentos nesta área e nem cobertura pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no programa de pré-natal. Sabe-se que a incidência de infecção perinatal é variável e que pode chegar a 10% dos nascidos vivos, embora haja carência na identificação dessas. Para prevenir a infecção neonatal por EGB, o método de escolha é a antibioticoprofilaxia intraparto, iniciando-se 4 horas antes do nascimento, sendo utilizada a Penicilina G 5 milhões UI endovenosa como dose de ataque, seguida de 2.500.000 UI endovenosa de 4 em 4 horas e esta deve ser mantida até o momento do nascimento. Nas primeiras 48 horas de vida os recém-nascidos de mães colonizadas que não receberam a profilaxia intraparto podem apresentar desconforto respiratório, apneia, e em casos mais graves, sepse, pneumonia e meningite, podendo acarretar sequelas neurológicas, visuais e auditivas graves em 15 a 30% dos recém-nascidos acometidos, ou ainda levar ao óbito. Conclusão: Conclui-se desta maneira que há relação entre o GBS e possíveis doenças perinatais e que não há estratégias públicas de prevenção, tratamento e controle,direcionadas à redução da prevalência da infecção neonatal pelo estreptococo do grupo B, uma vez que o tema não está incluído no Manual Técnico de Pré-natal e Puerpério – Atenção Qualificada e Humanizada do Ministério da Saúde, mas tendo em vista a elevada prevalência da colonização vaginal e anal ocasionando doença perinatal com graves sequelas aos recém-nascidos e o baixo custo do exame para detectar a presença do estreptococo nas gestantes, espera-se que haja mudanças efetivas neste sentido, auxiliando na detecção precoce e resolutividade, evitando exposição do feto e não ocorrência de óbito precoce e ou morbimortalidade neonatal.
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