O USO DA PELE DE TILÁPIA COMO CURATIVO BIOLÓGICO NA RECUPERAÇÃO DE PACIENTES QUEIMADOS

Carla Cristiana Costodio Pereira, Guilherme Scotta Hentschke

Resumo


INTRODUÇÃO: As queimaduras figuram entre as mais importantes lesões que podem ser sofridas pelo nosso corpo, uma vez que podem chegar à destruição total da pele e tecidos adjacentes. Além de sequelas estéticas e funcionais, as infecções adquiridas durante o tratamento do paciente queimado representam uma das principais causas de óbito dos mesmos. Na rede pública brasileira de saúde, o tratamento convencional feito em lesões causadas por queimaduras é composto por curativo utilizando gaze com pomada de sulfadiazina de prata, trocado a cada 24 horas em conjunto com uma limpeza no local da lesão, o que causa dor ao paciente, fazendo com que seja necessário utilizar anestésicos e analgésicos, o que interfere no processo de cicatrização. OBJETIVO: O estudo tem como objetivo revisar a eficiência da utilização da pele de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) como curativo biológico temporário em lesões causadas por queimaduras. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão narrativa composta por pesquisa bibliográfica em artigos científicos que abordam o tema em questão, realizada no período dos meses de fevereiro a maio de 2018. Para a realização da busca dos artigos, foram utilizados os seguintes descritores e combinações na língua portuguesa e inglesa: tilápia, pele de tilápia, pele de peixe, curativo biológico, curativo, queimadura, pacientes queimados (tilapia, tilapia skin, fish skin, biological dressing, dressing, burn, burned patients). RESULTADOS: O curativo com a pele de tilápia consiste num curativo biológico oclusivo temporário, com a finalidade de fechar a ferida, atuando na sua cicatrização. A partir de suas características físicas em comparação à pele humana e à pele de outros peixes, a pele de tilápia mostrou-se eficiente quando usada como curativo em lesões provocadas por queimaduras, pois a mesma apresentou uma boa aderência da pele ao leito da ferida, melhora no processo de cicatrização e diminuição nas trocas de curativo. Sua excelente aderência à base da lesão possibilitou que não houvesse contaminação externa nem perda de líquidos, uma vez que não é necessário removê-la até a completa cicatrização da queimadura, o que contribuiu também para a diminuição da dor e do desconforto durante o tratamento com a pele. CONCLUSÃO: É perceptível a necessidade de desenvolver mais estudos e pesquisas acerca da utilização da pele de tilápia como curativo biológico no tratamento de queimaduras, buscando mais conhecimentos sobre esta prática, possibilitando que este tipo de tratamento seja implantado na rede pública de saúde.

Palavras-chaves: Pele de tilápia; Curativo biológico; Queimadura.


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