O COMEÇO DA VIDA: UMA ANÁLISE REFLEXIVA SOB A ÓTICA DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM

MARICLEN DA SILVA PEREIRA, LEOPOLDO LUIZ PEREIRA JUNIOR, CAMILA NUNES BARRETO

Resumo


 O filme “O Começo da Vida” estreou no Brasil em 2016 e trouxe à tona a possibilidade de refletir sobre o desenvolvimento infantil e os principais aspectos que interferem nesse fenômeno e leva os expectadores a questionar-se sobre como a sociedade está cuidando dos primeiros anos de vida. Sob o argumento de que a criança aprende mais e melhor da gestação até os três anos de idade do que em todo o resto da vida, o filme incentiva um movimento em prol da primeira infância, enfatizando questões como relações sociais, ambientais, econômicas e a influência de situações de violência sobre o desenvolvimento humano. Além disso, o filme confronta diversos contextos apontando as diferenças percebidas em variáveis como classe social, nível intelectual dos pais, políticas públicas direcionadas à gestação, parto e puerpério em vários países, bem como a atenção dada pela sociedade às suas crianças. O trabalho se trata de uma análise crítico-reflexiva do filme “O Começo da Vida”, proposto durante as aulas da disciplina de Módulo de Prática Supervisionada em Saúde do Neonato. As palavras chave foram estabelecidas de acordo com o DeCS (Descritores em Ciências da Saúde). O filme contém um componente reflexivo forte suficiente para nos fazer parar e pensar sobre o que estamos fazendo pelas nossas crianças. Será que existe acesso aos serviços para que as mães consigam realizar um pré-natal digno? As políticas públicas são efetivas e encontram condições de serem colocadas em prática? Enquanto cidadãos, estamos abrindo nossos olhos e sendo solidários, cobrando os direitos dessas crianças e tornando possível que esse desenvolvimento adequado aconteça? São questionamentos que levanto não no intuito de achar culpados, mas na tentativa de encontrar o meu papel enquanto responsável por essa criança. Assim, concluo que não só o poder público ou os pais são, unicamente, responsáveis pelo sucesso ou não do desenvolvimento de uma criança, mas sim o conjunto afinado de diferentes fatores que interferem nesse desenvolvimento. Cabe a nós, enquanto sociedade, não negligenciar e estar atentos às condições a que estamos expondo nossas crianças, além de oferecer subsídios para a construção desse desenvolvimento de forma saudável e segura. Não basta estarmos atentos somente a índices de mortalidade infantil, visto que estes têm melhorado nos últimos anos. Uma vez garantida a sobrevivência, precisamos oferecer às crianças a possibilidade de atingir o sucesso durante a vida adulta. Enquanto profissionais da área da saúde, somos responsáveis por incentivar o planejamento familiar, com o objetivo de informar à família sobre as exigências sociais, econômicas e intelectuais de uma criança; garantir um pré-natal adequado, considerando as singularidades de cada família e identificando os riscos potenciais a que são vulneráveis; e realizar o acompanhamento da criança nos primeiros anos de vida a fim de orientar os cuidados, estimular a participação da família no desenvolvimento da criança e incentivar as relações afetivas da criança no seu ambiente social.

Palavras chave: Enfermagem Neonatal; Saúde da Criança; Desenvolvimento Infantil.


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