POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DA TESTAGEM RÁPIDA DE HIV NA ATENÇÃO BÁSICA

Rosemeri Pereira Bordignon, Camila Nunes Barreto

Resumo


O enfrentamento da epidemia do HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) no Brasil visa combinar diferentes estratégias para prevenção, por meio da inserção de novas tecnologias. Atualmente, prioriza-se o "Testar e Tratar", ou seja, a ampliação do acesso ao diagnóstico, e caso confirmada a sorologia positiva, a adesão precoce ao tratamento para minimização de complicações e a garantia da qualidade de vida do usuário. Nesta direção, o Teste Rápido de HIV é um importante instrumento que fornece o resultado de maneira rápida e possibilita a descentralização na atenção básica. A implementação dos testes rápidos para HIV na rede básica da 8ª Coordenadoria Regional de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (RS) ocorreu a partir do ano de 2012, e em 2015 foi expandida para os doze municípios que correspondem a 27ª Região de Saúde. Anteriormente, os testes eram coletados por punção venosa e analisados via laboratorial, sendo a referência o serviço de atenção especializada para DST/AIDS da região, o Ambulatório Vida. Destaca-se a importância da descentralização dos testes para as Unidades de Saúde Tradicionais e Estratégias de Saúde da Família a fim de ampliar e qualificar o acesso ao diagnóstico de HIV. O objetivo deste trabalho é descrever as potencialidades e fragilidades na implementação da testagem rápida de HIV na atenção básica em doze municípios pertencentes a 8ª Coordenadoria Regional de Saúde. Trata-se de um relato de experiência sobre a expansão da testagem rápida de HIV na atenção básica dos municípios pertencentes a 8ª CRS, motivados pelas novas estratégias de prevenção do Ministério da Saúde. As potencialidades evidenciadas na inserção do teste rápido de HIV foram: a facilidade de acesso devido a proximidade com a população, a rapidez no resultado e o início precoce do tratamento e cuidados. Quanto às fragilidades percebeu-se a influência cultural na aceitação do teste rápido, uma vez que a população possui maior confiabilidade no exame laboratorial, a resistência dos profissionais de saúde devido à sobrecarga de atividades nos serviços de saúde, deixando a testagem rápida em segundo plano, a dificuldade na vigilância epidemiológica e no preenchimento de relatórios. Ademais, outra questão ponderada diz respeito ao alto rodízio de profissionais nos municípios, dificultando a continuidade no cuidado e capacitação dos mesmos. O incentivo ao diagnóstico precoce, intensificado nas campanhas de prevenção,  como no dia  1º  de Dezembro, o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, são formas de divulgação e implementação desta abordagem. A descentralização na atenção básica é de grande valia para o combate da epidemia, pois facilita o acesso e compromete novos profissionais a buscarem a formação necessária junto aos gestores.  Os doze municípios da 8ª Coordenadoria Regional de Saúde do RS ainda possuem dificuldades para aceitação da testagem rápida por parte da população em geral e certa resistência dos profissionais de saúde. Entende-se a importância da sensibilização destes para consolidação da testagem rápida. Embora persistam entraves, percebeu-se a ampliação do acesso ao diagnóstico e maiores discussões nas temáticas de HIV/AIDS nos municípios da região. 

Palavras-chaves: HIV/AIDS, Prevenção, Diagnóstico Precoce.  


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