ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR, AVALIAÇÃO E AMPLIAÇÃO DAS HABILIDADES UTILIZANDO AS ATIVIDADES AQUÁTICAS: PROJETO PIRACEMA DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL, RS
Resumo
Resumo: O desenvolvimento motor é um processo no qual ocorrem alterações nos níveis de funcionamento do indivíduo, ou seja, com o tempo ele passará a controlar de uma maneira maior seus movimentos. Entretanto, o desenvolvimento motor dos portadores de necessidades especiais possui a restrição da experimentação de alguns padrões normais de movimentos essenciais para o desenvolvimento funcional motor considerado normal. A prática de atividades lúdicas, físicas e esportivas possui um fator importante para a promoção da saúde. Porém, existe uma parcela de brasileiros que apresentam algum tipo de deficiência, motora, sensorial ou intelectual, fazendo com que estes indivíduos possuam dificuldades em realizar a prática de atividades físicas. É ai que entram as atividades aquáticas, por se referirem normalmente a pessoas com condições especiais com a finalidade de reabilitação. A intervenção em meio líquido pode ser indicada para crianças consideradas normais, tanto quanto para aquelas que possuem algum déficit motor ou necessidades especiais, pois o meio líquido possibilita uma maior facilidade na execução dos movimentos. O presente estudo teve como objetivo verificar através da aplicação dos Testes da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa Neto (2002), a Idade Motora (IM) dos alunos participantes do Projeto Piracema da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC nos aspectos Motricidade Fina (IM1), Motricidade Global (IM2) e Equilíbrio (IM3). Apesar das limitações encontradas, os portadores de necessidades especiais possuem habilidades e competências que devem ser estimuladas. Os sujeitos desta pesquisa apresentam um padrão motor inferior a sua idade cronológica em todos os aspectos observados. Sendo assim, incentivaremos os alunos a desenvolverem-se motoramente, através de suas próprias habilidades, tornando-se capazes de executarem as atividades sem fazerem associação a um parâmetro inferior.
1- INTRODUÇÃO
Para Gregoul (2010), o tema avaliação tem sido citado em vários estudos, se voltando à educação em geral, já no sentido do desenvolvimento motor há certa carência em relação aos instrumentos de avaliação, principalmente na área da Educação Física adaptada. Contudo a atividade motora adaptada no Brasil tem tido um crescimento significativo na última década, e com isso vem sendo apresentada como um dos agentes fundamentais para a integração social do indivíduo.
Para Rosa Neto (2002), pela avaliação é possível se saber qual o estágio motor o indivíduo se encontra, e a partir disso é possível se identificar possíveis deficiências, para então se realizar comparações. Com isso se obterá um resultado no qual será possível se fazer a classificação com segurança, e a partir disso dar um diagnóstico para o avaliado. Avaliação motora busca fornecer aos professores e pesquisadores informações para a prescrição de atividades motoras, sendo assim ela se caracteriza como um recurso capaz de nos dar dados sobre uma população específica. Com isso, é possível se desenvolver um programa de atividades motoras que vise melhorar níveis de funcionamento das atividades da vida diária destes indivíduos (HENDERSON, 1992). Segundo Caetano (2005), o desenvolvimento motor é um processo no qual ocorrem alterações nos níveis de funcionamento do indivíduo, ou seja, com o tempo ele passará a controlar de uma maneira maior seus movimentos. Isso se dá graças a tarefas, sejam elas físicas, mecânicas, biológicas e até mesmo ambientais, sendo então um processo dinâmico, pois estará em constante mudança. O desenvolvimento motor dos portadores de necessidades especiais possui a restrição da experimentação de alguns padrões normais de movimentos essenciais para o desenvolvimento funcional motor considerado normal. Com isso, ocorre certa diminuição em alguns movimentos voluntários e de postura, acarretando assim em alterações no desenvolvimento motor do indivíduo (PIRPIRIS; GRAHAM, 2004).
Para Gregoul (2010), a prática de atividades lúdicas, físicas e esportivas possui um fator importante para a promoção da saúde. Na última década houve grande desenvolvimento de programas para diversas faixas etárias buscando desenvolver as práticas corporais como fatores de prevenção e promoção da saúde. Porém, existe uma parcela de brasileiros que apresentam algum tipo de deficiência, motora, sensorial ou intelectual, fazendo com que estes indivíduos possuam dificuldades em realizar a prática de atividades físicas. É ai que entram as atividades aquáticas, por se referirem normalmente a pessoas com condições especiais com a finalidade de reabilitação. Segundo Mauerberg-decastro (2005), a intervenção em meio líquido pode ser indicada para crianças consideradas normais, tanto quanto para aquelas que possuem algum déficit motor ou necessidades especiais, pois o meio líquido possibilita uma maior facilidade na execução dos movimentos. Tem por finalidade atender as principais necessidades do aluno, fazendo com que o mesmo tenha uma interação dinâmica, objetivando não só a reabilitação, mas também possibilitando o aumento de seu repertório motor.
O Projeto Piracema conta com a parceria entre a Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE, desde 1984, é o projeto mais antigo da universidade. Visa proporcionar aos participantes a possibilidade de vivenciar experiências na água como meio de promoção de seu desenvolvimento como ser humano, contribuindo com o processo de construção. Tem o objetivo de trabalhar no ambiente aquático aspectos motores, sócio afetivos e cognitivos que viabilizem mais facilidade no convívio social. As aulas acontecem 3 vezes por semana, excepcionalmente nas segundas, quartas e sextas-feiras, com duração de 1 hora, contando com a participação dos pais e/ou responsáveis, professores da APAE / UNISC e bolsistas (PROBEX - Projeto de extensão).
O presente estudo teve como objetivo verificar através da aplicação dos Testes da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa Neto (2002), a Idade Motora (IM) dos alunos participantes do Projeto Piracema da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC nos aspectos Motricidade Fina (IM1), Motricidade Global (IM2) e Equilíbrio (IM3).
2- METODOLOGIA
Os sujeitos deste estudo se caracterizam como alunos do Projeto Piracema, com idade entre 14 e 29 anos. Foram avaliados 41 indivíduos, sendo 27 do sexo masculino. As avaliações de Motricidade Global, Motricidade Fina e Equilíbrio foram realizadas através da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa Neto (2002).
Para se calcular a IM1 referente à Motricidade Fina, a IM2 que se refere à Motricidade Global e a IM3 aspecto que compreende o Equilíbrio realiza-se a soma dos valores positivos alcançados nos testes referentes a cada aspecto.
3- RESULTADOS
Pelos resultados obtidos na aplicação dos testes de desenvolvimento motor, verifica-se que os alunos com a faixa etária de 14 a 17 anos obtiveram os resultados na Motricidade Fina (IM1) 7,2 ± 6,0 anos, na Motricidade Global (IM2) 3,0 ± 2,5 anos e no Equilíbrio (IM3) 5,4 ± 4,5 anos. Já os alunos com a faixa etária de 18 a 29 anos apresentaram na Motricidade Fina (IM1) a idade de 5,4 ± 4,5 anos, na Motricidade Global (IM2) 6,6 ± 5,5 anos e no Equilíbrio (IM3) 9,0 ± 7,5 anos.
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar das limitações encontradas, os portadores de necessidades especiais possuem habilidades e competências que devem ser estimuladas. Sobretudo deve ser enfatizado um trabalho sobre as capacidades nas quais os mesmos apresentaram resultados não favoráveis, bem como dar continuidade ao trabalho desenvolvido sobre as demais habilidades. Pode-se concluir ainda que os sujeitos desta pesquisa apresentam um padrão motor inferior a sua idade cronológica. Sendo assim, incentivaremos os alunos a desenvolverem-se motoramente, através de suas próprias habilidades, tornando-se capazes de executarem as atividades sem fazerem associação a um parâmetro inferior.
Palavras-chave
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PDFReferências
CAETANO, Maria Joana Duarte. Desenvolvimento Motor de Pré-Escolares no Intervalo de 13 Meses. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, São Paulo, n. 2, p.5-13, jul. 2005.
GREGOUL, Márcia. Natação Adaptada: em busca do movimento com autonomia. Barueri, SP: Manole, 2010.
HENDERSON, S. E.; SUGDEN, D. Movement assessment battery for children. London: The Psychological Corporation, 1992.
MAUERBERG-DECASTRO, Eliane. Atividade Física Adaptada. Ribeirão Preto, SP: Tecmedd, 2005.
PIRPIRIS, M. GRAHAM, H.K. Uptime in children with cerebral palsy. J. Pediatrics Orthopedics, v.24, n.5, p. 521-528, 2004.
ROSA NETO, Francisco. Manual da Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
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