O BRINCAR NO SETTING PSICANALÍTICO: UMA REVISÃO TEÓRICA

Natielly Rosa de Azambuja, Cristiana Rezende Gonçalves Caneda

Resumo


O brincar na prática clínica vai muito além da diversão conceituado pelo dicionário, na visão de psicanalistas é o modo pela qual a criança se expressa, um ato rico em verdades. O brincar é carregado de sentidos e de sentimentos como medo, angústia, tristeza, raiva, felicidade e esperança, é uma das vias pela qual a criança expressa suas fantasias e desejos de maneira simbólica. A pesquisa a seguir foi elaborada a partir de uma revisão narrativa de literatura psicanalítica. Melanie Klein, Anna Freud, Aberastury e Winnicott foram alguns dos grandes psicanalistas contribuintes para a construção e estruturação da clínica psicanalítica com crianças. No atendimento com crianças o brincar se torna técnica e por meio dela o sujeito vive e revive suas experiências, há a criação de um espaço imaginário, um ato livre e sem obrigações. Com o brincar da criança dentro da clínica psicanalítica é possível estabelecer o rapport, o sigilo e outros aspectos importantes na análise. Para além do analista, o setting também faz parte do brincar. A eficácia do brincar se confirma nos casos apresentados por autores que estudaram o tema e dentro da prática clínica. O brincar vai além de uma mera aplicação de técnicas, é uma permissão da criança interior do analista, um trabalho dual que se dá pela transferência, um ato livre, complexo e sigiloso que permite a expressão, um espaço-tempo para exercer liberdade de ser.

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