GRUPOS REFLEXIVOS DE GÊNERO: UMA REVISÃO TEÓRICA

Resumo

A violência contra a mulher é um fenômeno de emergente discussão e deve ser visto como um grave problema de saúde pública, sendo necessário romper com o mito de permanência no âmbito privado. A violência é democrática, multifacetada e cíclica: Encontra-se em todos os lugares, culturas, extratos sociais e atinge toda a população, independente de classe econômica, etária ou social e manifesta-se de diferentes formas. A criação da Lei Maria da Penha tem como objetivo coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e tipifica as violências física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. Os grupos reflexivos de gênero são resultantes de um projeto que busca ressignificar a cultura da violência e apontar a necessidade de olhar para o autor da violência, sob uma nova perspectiva de redução desta, além do punitivismo, procurando compreender quem são esses sujeitos que estão por trás dos casos de violência doméstica. Este estudo tem como objetivo promover uma reflexão acerca do impacto da criação dos Grupos Reflexivos de Gênero, no enfrentamento das expressões da violência doméstica, por meio da revisão bibliográfica da literatura, realizada a partir de artigos selecionados e disponíveis no ambiente Scielo e Google Acadêmico. Na história dos Grupos Reflexivos, 489 homens participaram dos grupos, desde 2011. Desses, somente 3% voltaram a se envolver em situação de violência doméstica, o que demonstra a efetividade do Grupo Reflexivo para a prevenção, atenção e enfrentamento à violência doméstica. Os Grupos são mediados por uma Equipe Técnica Facilitadora que trabalham nos encontros temas como responsabilização, igualdade e respeito a diversidade, equidade e promoção e fortalecimento da cidadania. Os grupos são um importante mecanismo de modificação do comportamento, contribuindo para a prevenção e interrupção do ciclo de violência.