PREVALÊNCIA DE ESTRESSE OCUPACIONAL: UM ESTUDO ENTRE OS SERVIDORES PÚBLICOS ASSOCIADOS/REPRESENTADOS PELO SINTERGS

Adriana Porto, Liliane Fardin Elesbão, Luis Felipe Dias Lopes

Resumo


O estresse ocupacional em ambientes da administração pública, diretamente, forma-se tanto pela necessidade de atendimento das exigências quanto pela especificidade das tarefas que muitas vezes são rotineiras e de baixa complexidade e outras vezes de alta complexidade. Revela-se, nestes contextos, a indagação relativa ao estresse ocupacional: “Qual a prevalência de estresse ocupacional dos Especialistas em Saúde, Extranumerários e Técnicos Científicos do Estado do RS Associados ao SINTERGS?”. Para responder a este problema de pesquisa definiu-se como objetivo geral desta proposta identificar e descrever a prevalência de estresse ocupacional nos Especialistas em Saúde, Extranumerários e Técnicos Científicos do Estado do Rio Grande do Sul Associados ao SINTERGS. O atendimento deste objetivo contou com uma abordagem quantitativa para a pesquisa, tendo cunho descritivo e utilizando-se como procedimento técnico o método survey para a aplicação da Escala de Estresse no Trabalho – EET de Paschoal e Tamayo (2004) a 418 servidor públicos associados/representados pelo SINTERGS. Como resultados, observa-se que as maiores médias referem-se às questões de nº 16 “As poucas perspectivas de crescimento na carreira tem me deixado angustiado” com média 3,83; questão nº 13 “Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação profissional” média 3,64; e questão nº 5 “Sinto-me irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais” apresentando média 3,63. Concluindo-se, portanto, que o estresse ocupacional advém das possibilidades de desenvolvimento profissional que incluem as questões de expectativas, capacitação e comunicação

Palavras-chave


administração pública, servidores, estresse ocupacional

Referências


ADMI, H.; MOSHE-EILON, Y. Stress among charge nurses: tool development and stress measurement. Nursing Economic$, v. 28, n. 3, May/June 2010.

AYRES, K.V. et al.Stress ocupacional no ambiente acadêmico universitário: um estudoem professores universitários com cargo de chefia intermediária. In: ENCONTROANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 1999. Anais... Anpad, 1999.

ALBRECHT, K. A. O gerente e o estresse: faça o estresse trabalhar para você. Rio deJaneiro: Jorge Zahar, 1990.

CAMELO, S. H. H., &Angerami, E. L. S. (2004). Sintomas de estresse nos abalhadores atuantes em cinco núcleos de saúde da família. Revista Latino-Americana de Enfermagem,12 (1), 14-21.

CAMPBELL, D.J.; NOBEL, O.B. Occupational stressors in military service: a reviewand framework. Military Psychology, v. 21, Suppl. 2, p. S47-S67, 2009.CHEN, C.K. et al. A study of job stress coping strategies, and job satisfaction fornurses working in middle-level hospital operating rooms. JournalofNursingResearch,v. 17, n. 3, 2009.

COOPER, D.R.; SHINDLER, P.S. Métodos de pesquisa em Administração. Porto Alegre: Bookman, 2011.

COUTO, H.A.; MORAES, F.R. Stress no trabalho, fatores psicossociais e alta incidência de LER/Dort entre operadoras de caixa de supermercado: um estudo de caso. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 1999. Anais... Anpad, 1999.

COUTO, J.H.; PAIVA, K.C.M. Qualidade de vida e estresse gerencial “pós-choque de gestão”: o caso da Copasa-MG. Revista de AdministraçãoPública, v. 42, n. 6, p. 1189-1211, nov./dez. 2008.

COOPER, C.L.; BAGLIONI, A.J. A structural model approach towards the development of a theory of the link between stress and mental health. British Journal ofMedical Psychology, v. 61, n. 2, p. 87-102, 1988.

_____ et al.Living with stress. London: Peguin Books, 1988.

_____ et al. Occupational stress, job satisfaction and well-being in anaesthetists. Stress Medicine, v. 15, p. 115-126, 1999.

_____ et al.Organizational stress: a review and critique of theory, research and applications. London: Sage, 2001.

_____; MARSHALL, J. Occupational sources of stress: a review of the literature relating to coronary heart disease and mental ill health. JournalofOccupationalPsychology, v. 49, p. 11-28, 1976.

COSTA, M. et al.Estresse: diagnóstico dos policiais militares em uma cidade brasileira.REVISTA PANAMERICANA DE SAÚDE PÚBLICA, v. 21, n. 4, p. 217-222, 2007.

DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. 5. ed. São Paulo: Cortez-Oboré, 1992.

ELLIS, A. (1997). Albert Ellis on rational emotive behavior therapy. American Journal of Psychotheray, 51 (3), 309-316.

ELKINS, G. et al. Perceived stress among nursing and administration staff related to accreditation. ClinNurs Res, July 2010.

FIGUEROA, N.L. et al. Um instrumento para a avaliação de estressores psicossociaisno contexto de emprego. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 14, n. 3, p. 653-659, 2001.

FULCHERI, M. et al.Stress and managerial work: organizational culture and technological changes: a clinical study. Journal of Managerial Psychology, v. 10, n. 4, p. 3-8, 1995.

GANGSTER, D.C. (Org.). Job stress: from theory to suggestion. Nova York: Haworth, 1987.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, v. 5, n. 61, p. 16-17, 2002.

GLOWINKOWSKI, S.P.; COOPER, C.L. Managers and professionals in business/industrial settings: the research evidence. In: IVANCEVICH J.M.; França, A. C. L., & Rodrigues, A. L. (1992). Uma perspectiva psicossocial em psicossomática: via estresse e trabalho.

GODOY, R. S. P.; PEÇANHA, D. L. N. (2009). Cultura organizacional e processos de inovação: um estudo psicossociológico em empresa de base tecnológica. Boletim Academia Paulista de Psicologia, 29(1), 142-163.

HAIR JR, J. F. et al. Métodos de pesquisa em Administração. Porto Alegre: Bookman, 2005.

HOLMES, T. H., & Rahe, R. H. (1967). The social readjustment rating scale. Journal of Psychosomatic Research, 11, 213-218.

IWATA, N.; SUZUKI, K. Role stress — mental health relations in Japanese bankworkers: a moderating effect of social support. Applied Psychology: An InternationalReview, n. 45, p. 207-218, 1997.

JEX, S.M. Stress and job performance. London: Sage, 1998.

JOHNSON, S. et al. The experience of work-related stress across occupations. Journal of Managerial Psychology, v. 20, n. 2, p. 178-187, 2005.

KAHN, W.A. Caring for the caregivers: patterns of organizational caregiving. Administrative Science Quarterly, v. 38, n. 4, p. 539-564, 1993.

LARANJEIRA, C.A. An integrated perspective of the organisational context and experience of stress. Revista Salud Pública, v. 11, n. 1, p. 123-133, 2009.

SAVOIA, M. G. (1999). Escalas de eventos vitais e de estratégias de enfrentamento (coping). Revista de ClínicaPsiquiátrica, 26 (2), 57-67.

LAZARUS, R. _ Psychological Stress and the Coping Process, In: Lipowiski, Z.S. Psychossomatic Medicine: Current Trends and Clinical Applications. New York, Oxford University Press, 1977.

LIPP, M. E. N. (1984). Stress e suasimplicações. Estudos de Psicologia(Campinas), 1 (3,4), 5-19.

LIPP, M. E. N. (1996). Stress: conceitos básicos. In M. E. N. LIPP.Pesquisa sobre stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos de risco (pp.17-31). Campinas: Papirus.

LIPP, M. E. N. (2000a). O que eu tenho é stress? De onde ele vem? In M. E. N. LIPP. O stress está dentro de você (pp.11-18). São Paulo: Contexto.

LIPP, M. E. N. (2000b). Manual do inventário de sintomas de stress para adultos de LIPP (ISSL). São Paulo: Casa do Psicólogo.

LIPP, M. E. N. (2001). Estresse emocional: a contribuição de estressores internos e externos. Revista de Psicologia Clínica, 28 (6), 347-349.

LIPP, M. E. N., & Guevara, A. J. H. (1994). Validação empírica do inventário de sintomas de stress. Estudos de Psicologia (Campinas), 11 (3), 43-49.

MALAGRIS, L. E. N., &Fiorito, A. C. C. (2006). Avaliação do nível de stress de técnicos da área de saúde. Estudos de Psicologia (Campinas), 23 (4), 391-398. doi: 10.1590-50103-166X2006000400007.

MARQUES, A.L.; PAIVA, K.C.M. Público x privado: qualidade de vida, stress e situação de trabalho de professores de instituição de ensino superior. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 1999. Anais... Anpad, 1999.

MORAES, L.F.R.; KILIMNIK, Z.M. As dimensões básicas do trabalho, qualidade devida e stress: uma análise em profissões de impacto na sociedade. Belo Horizonte:Cepead/UFMG, 1992. (Relatório de pesquisa).

MENG-JINN, C.; CUNRADI, C. Job stress, burnout and substance use among urbantransit operators: the potential mediating role of coping behavior. Work& Stress, v. 22, n. 4, 2008.

PASCHOAL, T.; TAMAYO, A. Validação da escala de estresse no trabalho. EstudosdePsicologia, v. 9, n. 1, jan./abr. 2004.

NEW YORK STATE PUBLIC EMPLOYEES FEDERATION. Occupational stress factsheet.2010. Disponívelem: .

MOTA, C.M. et al.Estresse e sofrimento no trabalho dos executivos. Psicologia emRevista, v. 14, n. 1, 2008.

QUICK, J. et al.O executivo em harmonia. São Paulo: Publifolha, 2003.

REES, D.W. Work-related stress in health service employees. Journal of ManagerialPsychology, v. 10, n. 3, p. 4-11, 1995.

REES, C.J.; REDFERN, D. Recognising the perceived causes of stress — a trainingand development perspective. Industrial and Commercial Training, v. 32, n. 4,p. 120-127, 2000.

Rosi, K. R. B. S. (2003). O stress do educador infantil: sintomas e fontes. Dissertação de mestrado não-publicada, Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, MS.

RAMIREZ, M.T.G. et al. Modelo estructuralpredictor de lasalud mental y física en

mujeres. Revista Panamericana de Saúde Pública, v. 23, n. 2, p. 101-108, 2008.

Savoia, M. G., &Bernik, M. (2004). Adverse life events and coping skills in panic disorder. Revista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 59 (6), 337-340.

SANTOS, C.M.Q. et al. Qualidade de vida no trabalho, estresse ocupacional e o sistema just in time: um estudo de caso no setor automobilístico mineiro. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓSGRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 1999. Anais... Anpad, 1999.

SAVOIA, M. G. (1999). Escalas de eventos vitais e de estratégias de enfrentamento (coping). Revista de Clínica Psiquiátrica,26 (2), 57-67.

SANZOVO, C. E., & Coelho, M. E. C. (2007). Estressores e estratégias de coping em uma amostra de psicólogos clínicos. Estudos de Psicologia(Campinas), 24 (2), 227-238. doi: 10.15 90/50103-166X2607000200009.

SEEGERS, G.; VAN ELDEREN, T. Examining a model of stress reactions of bank

directors. European Journal of Psychological Assessment, v. 12, n. 3, p. 212-223,

SELYE, H. (1965). A tensão da vida. São Paulo: Ibrasa.

SKAKON, J. et al.Do managers experience more stress than employees? Results

from the Intervention Project on Absence and Well-being (IPAW) study among

Danish managers and their employees. Work: A Journal of Prevention, Assessment

and Rehabilitation, v. 38, n. 2, p. 103-109, 2011.

STEINMETZ, H.; SCHMIDT, P. Subjective health and its relationship with working

time variables and job stressors: Sequence or general factor model? Work & Stress,

v. 24, n. 2, 2010.

TRAVERS, C.J.; COOPER, C.L. Mental health, job satisfaction and occupational stress among UK teachers. Work& Stress, v. 7, n. 3, p. 203-219, 1993.

VELOSO, H.M.; PIMENTA, S.M. Fontes de pressão e as novas configurações do trabalho: uma discussão sobre os modelos de análise do estresse ocupacional frente a realidade bancária. In: Anais da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração. Curitiba: 2004.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2018 Revista da Mostra de Iniciação Científica da ULBRA Cachoeira do Sul

Sistema implantado pelo curso de Sistemas de Informaçãoda ULBRA