TERAPIA LARVAL COMO ALTERNATIVA DE TRATAMENTO DE FERIDAS

Carla Cristiana Costodio Pereira, Laísa Xavier Schuh

Resumo


INTRODUÇÃO: A Terapia Larval (TL) consiste no tratamento de lesões e feridas crônicas ou infectadas, utilizando-se da aplicação de larvas vivas estéreis de moscas, obtidas em laboratório, a partir da remoção da secreção e tecido necrosado pelo inseto, facilitando dessa forma o processo de cicatrização. OBJETIVO: Descrever a importância da terapia larval como modalidade terapêutica alternativa no processo de cicatrização de lesões e feridas, buscando despertar nos profissionais de saúde o interesse no conhecimento sobre a prática, como forma de promover a desmistificação e aplicação e posterior inserção na rede pública de saúde. METODOLOGIA: Revisão de literatura desenvolvida por meio de material bibliográfico obtido de bases indexadas como Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), no período compreendido entre setembro e outubro de 2018, e livros da área que contemplassem a temática. As obras pesquisadas envolveram o período dos anos de 2010 a 2016. RESULTADOS: A Terapia Larval (TL) surgiu como opção alternativa no tratamento de feridas, proporcionando um desbridamento seletivo, redução no tempo de cura da ferida e formação de uma pequena cicatriz, ocasionada pela maior proliferação do tecido de granulação. Paralelo a isso, a TL oferece diminuição do odor forte e desagradável oriundo do tecido necrótico e da intensidade da dor que acompanham os quadros de lesões e feridas crônicas, previnem o risco de septicemia, e promovem a redução da necessidade da antibioticoterapia, pois reduzem a necessidade da hospitalização e cirurgia nos pacientes. A primeira aplicação documentada de larvas em feridas foi feita pelo cirurgião americano John Forney Zacharias, durante a Guerra Civil Americana (1861-1865). No Brasil, a aplicação da TL iniciou no ano de 2015, pela equipe liderada pela enfermeira Julianny Barreto Ferraz (coordenadora da equipe de feridas do Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal/RN). CONCLUSÃO: Os estudos apontaram que o uso da TL pode ser aplicado satisfatoriamente na recuperação de lesões e feridas para facilitar o processo de cicatrização, pois o sucesso da terapia larval se dá através da sua eficiência contra os agentes infecciosos que são resistentes a antibióticos, que inclusive retardam a cicatrização. Entre as principais vantagens da TL, destaca-se o fato de que as larvas removem apenas o tecido necrosado, ou seja, tecido morto ou parte dele. No entanto, observou-se a necessidade de profissionais da área da saúde buscarem conhecimento acerca desta terapia, fazendo com que a mesma seja melhor estudada, difundida e aplicada na rede de saúde pública.

Palavras-chave: terapia larval; feridas; cicatrização.

 


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