VIVENDO UMA RUPTURA FAMILIAR: O DESAFIO DO ENFERMEIRO EM HUMANIZAR O CUIDADO NA UTI NEONATAL

Caroline Garske, Vanusa Guerres, Vanusa Guerres, Fernanda Alves, Fernanda Alves

Resumo


A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é um ambiente destinado à realização de cuidados e técnicas de urgência e emergência como também para o tratamento clínico e patológico do Recém-Nascido (RN). Com o avanço do uso de equipamentos e técnicas na UTIN, o cuidado pode muitas vezes se tornar pouco afável e humanístico, voltado para apenas patologia e manuseio de equipamentos.  Sabe-se que a necessidade de internação de um filho recém-nascido em uma UTI Neonatal é uma situação de crise para toda uma família, estabelecendo-se um momento de conflito de sentimentos, entre o filho real e o imaginado, sentimentos de culpa, negação e rejeição. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é dar ênfase na necessidade de humanização em UTIN, englobando a responsabilidade desta assistência ao enfermeiro. O acolhimento aos pais faz-se indispensável para que as experiências emocionais que venham a ocorrer sejam aceitas e assim, o sofrimento minimizado e o estabelecimento do vínculo afetivo mãe-filho concretizado. A metodologia constitui-se de pesquisas na literatura, sendo a localização das fontes em biblioteca convencional e em sistema de busca na internet Scielo. Utilizado dois artigos, publicados no ano de 2001 e 2013. Os artigos foram selecionados a partir do conteúdo e temática específica.  Com o avanço da medicina em geral, e da neonatologia, em específico, cada vez mais novas tecnologias são incorporadas na assistência ao recém-nascido, essa incorporação pode, em algumas situações, transformar o RN em um objeto de cuidado, observando−se a diminuição de práticas assistenciais humanísticas e o despreparo dos enfermeiros para envolver a família no cuidado, que pode afetar o desenvolvimento do apego no início do vínculo afetivo, após o nascimento, assim como à manutenção do aleitamento. Entretanto, os enfermeiros possuem enorme desejo em humanizar a assistência realizada na UTIN. Sabe−se que as primeiras visitas dos pais ao RN internado em unidade intensiva neonatal são momentos críticos, principalmente para as mães, que tiveram o vínculo materno rompido após o parto. Por este motivo, torna−se importante a segmentação das informações fornecidas aos pais, diminuindo o impacto, angústia e ansiedade frente ao desconhecido, melhorando a capacidade de entendimento e preparando−os para a aproximação com o filho. O enfermeiro, dinamizador deste processo, necessita ter conhecimento sobre a fisiologia do RN, suas necessidades específicas e a importância do ambiente adequado, estabelecendo comunicação e interação com o RN e com os pais e contribuindo para que os mesmos sintam−se parte da equipe de cuidados, levando em consideração o que sentem, pensam e vivem junto ao recém-nascido. A enfermagem é o agente facilitador da humanização, necessitando desenvolver assistência integral e individualizada.  O enfermeiro deve estar presente , valorizando, incentivando e educando a prática do relacionamento afetuoso, com comunicação entre a família e a equipe de saúde, através da realização de grupos e permitindo e incentivando livre acesso dos pais. A falta de informações e a baixa ênfase do assunto resultam em práticas deficientes, por tudo isso, os profissionais devem continuamente buscar meios que levem uma assistência mais humanizada ao recém-nascido e sua família.


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