A IMAGINAÇÃO NO CURRÍCULO: um olhar sobre a BNCC

Alua Bianchi Wojciechowski

Resumo


O presente artigo, situado no campo de estudos da Educação Infantil, objetiva analisar qual o lugar da imaginação na Base Nacional Comum Curricular, para então perquirir sobre suas possíveis implicações pedagógicas nesse segmento. A Base Nacional Comum Curricular, homologada em 2017 e, portanto, o mais recente documento orientador para a elaboração de currículos regionais publicado no Brasil, traz uma novidade sobre o tema: a palavra imaginação, aparece compondo o título de um dos campos de experiência. De acordo com a investigação de Barbosa (2007), em documentos nacionais anteriores não avistamos qualquer movimento em entender e considerar a importância do trabalho com a imaginação na organização curricular. Todavia, mesmo com isso, que pode ser considerado um avanço, é preciso refletir sobre o papel da imaginação dentro das práticas pedagógicas e de que forma o professor pode não só dar espaço, mas também desenvolver um trabalho repleto de intencionalidade na escola de Educação Infantil. Consideramos que, para isso, é necessário aprofundamento conceitual e estudos referentes ao imaginário infantil. Para fundamentar as noções sobre imaginação nos baseamos principalmente nos conceitos do teórico Lev S. Vigotski (1999, 2018), do escritor e pedagogo italiano Gianni Rodari (1982, 2018) e do filósofo educacional contemporâneo Kieran Egan (2007). A pesquisa foi desenvolvida por meio de análise documental dentro de uma abordagem metodológica de natureza qualitativa. Dentre os resultados da pesquisa, destacamos a importância de a Base Nacional Comum Curricular evidenciar o termo imaginação, ao mesmo tempo em que constatamos a necessidade de que se siga o aprofundamento do conceito e que seja dada a devida importância ao tema nos currículos. 


Palavras-chave


Educação Infantil; BNCC; Imaginação.

Referências


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